sexta-feira, 23 de abril de 2010

UFBA reabriu Restaurante Universitário em Ondina

A partir da próxima segunda-feira (dia 19 de abril), a comunidade acadêmica da Universidade Federal da Bahia (UFBA) conta novamente com os serviços do Restaurante Universitário (RU). Depois de vários anos fechado por conta de um embargo no processo licitatório, a UFBA assinou contrato emergencial e reabriu o restaurante sob a tutela da Dall Alimentação e Serviços, empresa com larga experiência no ramo, atendendo assim a uma demanda da população que circula no campus da Federação/Ondina. De acordo com a Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (Proae), todos os Bolsistas Moradia, Bolsistas Alimentação, Bolsistas Residência Garibaldi poderão fazer as refeições (almoço e jantar) no Restaurante Universitário de Ondina. Os Bolsistas Residência continuarão a fazer suas refeições (almoço e jantar) no Restaurante Universitário da Vitória.
O RU de Ondina está aberto ao público de segunda a sexta-feira, nos horários de almoço (das 11 às 14h) e jantar (das 18 às 21h). Alunos bolsistas receberão café da manhã (refeição exclusiva para esse grupo), almoço e jantar sem custo, que será assumido pela UFBA. Demais estudantes, servidores, professores e outros usuários pagarão R$ 5,50. Para facilitar o acesso dos usuários regulares do restaurante (estudantes, professores e funcionários técnico-administrativos da UFBA), será criado um ponto de vendas para aquisição de tickets antecipados, localizado no próprio Restaurante Universitário.
Inicialmente, serão oferecidas duas mil e quinhentas refeições por turno, totalizando cinco mil refeições diárias, além do café da manhã dos bolsistas. “Vamos iniciar o contrato com este número, que esperamos atender à demanda, mas poderemos ampliar de acordo com a necessidade”, explica o vice-reitor Francisco Mesquita, principal negociador por parte da UFBA.
O clima de expectativa na comunidade acadêmica não gera apreensão para a empresa que vai atuar no restaurante. “Sabemos da grande responsabilidade, mas nosso histórico demonstra nossa capacidade e mantém a Dall como referência em alimentação. O nosso objetivo é promover a satisfação não somente da administração da UFBA, mas principalmente do nosso cliente direto, o público consumidor do RU”, declarou Cláudio Carrara, gerente comercial da Dall.

fonte:http:/ /www.portal. ufba.br/ufbaempa uta/2010/ Foldernoticias. 2010-04-01. 2551/Foldernotic ias.2010- 04-16.4652/ restaurante
Postado inicialmente por: http://acebdebate.blogspot.com/

Urandi: Vereadores gastam quase R$ 100 mil em diárias










A Câmara de Vereadores de Urandi, cidade com cerca de 17 mil habitantes, que se reune apenas duas vezes por mês para discutir os problemas da comunidade, gastou quase R$ 100.000,00 (cem mil reais), em 2009, com diárias para participar de Congresso e Seminários. Somente o presidente do legilastivo, Geraldo Roberto Rodrigues Carvalho, recebeu R$ 29.927,50 (vinte e nove mil, novecentos e vinte e sete reais e cinquenta centavos). Dos nove vereadores, apenas um não participou dessa verdadeira "farra de diárias" com o dinheiro público. Em 2009 a diária de um vereador em Urandi para viagens acima de 600km era de R$ 325,00, atualmente é de R$ 500,00, conforme projeto de lei sancionado pelo prefeito José Cardoso, do PC do B, Em 16 de dezembro e publicado no início deste ano no Diário Oficial do Município, sendo que o presidente da Câmara Municipal recebe 30% a mais, quase o dobro de uma diária do prefeito de Guanambi que atualmente é de R$ 335,00(trezentos e trinta e cinco reais)

Pela quantidade de Congressos e Seminários que participaram em 2009, se pressupõe que os Edís da cidade de Urandi, são os mais preparados da região e que trouxeram muitos conhecimentos para serem aplicados no município. Contudo, parece que não sobra tempo aos representantes do povo para cumprir umas de suas importantes atribuições do cargo que é de fiscalizar o executivo municipal.

Ao longo do ano de 2009 os vereadores participaram dos seguinte eventos:

40º Encontro Brasileiro dos Municipios em Salvador

43º Congresso Brasileiro de Agentes Públicos em Aracajú

53º Congresso Brasileiro de Administração Pública em Salvador

1º Encontro de Presidentes de Câmaras Eleitos, em Brasília

319º Encontro Nacional de Vereadores, Prefeitos, Vice-prefeitos, secretários municipais, assessores e servidores em Salvador

52º Fórum Brasileiro de Prefeitos, vereadores e assessores em Aracajú

33º Seminário de Prefeitos, vereadores e assessores em Salvador

V Seminário Brasileiro de Administração Pública em Porto Seguro, na Bahia

51º Fórum Brasileiro dos Municípios

XXLLL Encontro Brasileiro de Prefeito e Vereadores, em Maceio - Alagoas

IV Encontro Brasileiro dos Municípios, em Brasília

VIII Encontro Brasileiro de Agentes Públicos, em Salvador

37º Congresso Interestadual de Agentes Públicos, em Aracajú, Sergipe

XVII Congresso Brasileiro de Prefeitos, Vereadores e Assessores, em Salvador

XXV Encontro Brasileiro de Prefeitos, Vereadores e Assessores, em Aracajú - Sergipe.




quinta-feira, 22 de abril de 2010

Prêmio ODM Brasil é apresentado à sociedade caculeense

Em 15 de abril, a população caculeense participou da solenidade de apresentação do Prêmio Objetivos de Desenvolvimento do Milênio realizada na Câmara de Vereadores. O evento objetivou maiores esclarecimentos sobre a premiação que elegeu o programa sócio-ambiental da Coleta Seletiva de Materiais Recicláveis de Caculé como uma prática que contribui com as metas de desenvolvimento do milênio.

O Prêmio ODM Brasil, concedido pela Presidência da República e pelas Nações Unidas, foi entregue pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao prefeito Luciano Ribeiro e representantes da equipe de Governo no último 24 de março, em solenidade realizada em Brasília. A coordenação técnica e os critérios desta terceira edição da premiação foram responsabilidade do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP).

Tal reconhecimento é mais uma grande conquista para o município, resultado do comprometimento do Governo Municipal e de toda população com o desenvolvimento sustentável e com a inclusão social. Vale ressaltar que a Câmara de Vereadores e a empresa responsável pela Limpeza Pública do município, a Lig-Lixo, são grandes parceiras que contribuem para sucesso da Coleta Seletiva

FONTE: http://www.governodecacule.ba.gov.br/

sábado, 17 de abril de 2010

MPF recomenda que Ibama não conceda licença ambiental para a Bamin

O empreendimento, que será construído em área de mata atlântica, poderá causar considerável impacto ambiental e descaracterização da paisagem local.

O Ministério Público Federal em Ilhéus (BA) expediu recomendação para que o presidente e o diretor do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) não concedam licença ambiental prévia para a construção do Terminal Portuário da Ponta da Tulha, empreendimento da Bahia Mineração Ltda (Bamin).
A recomendação foi entregue ao superintendente regional do Ibama durante audiência pública realizada ontem, 15, convocada pelo órgão para analisar o processo de licenciamento ambiental requerido pela empresa.
O terminal, que irá permitir a exportação de minério de ferro produzido na mina localizada em Caetité (BA), será instalado em área de mata atlântica, localizada dentro da Unidade de Conservação Estadual (Área de Proteção Ambiental - APA) Lagoa Encantada e Rio Almada. Para o funcionamento do terminal, será necessária a implantação de ponte de acesso em concreto, correia transportadora construída em estrutura metálica, píeres de carregamento em concreto e de rebocadores, além de um quebra-mar rochoso.
Impactos ambientais - De acordo com a representação, todas as intervenções previstas pela empresa implicarão em considerável impacto na paisagem da região, que compõe um ecossistema de espécies raras de fauna e flora ameaçadas de extinção. Além das construções, ações como transporte, filtragem e estocagem de minério de ferro (produto altamente poluente) trarão severos danos ambientais à reserva e causarão total descaracterização da paisagem com a implantação de todo o arcabouço de concreto, de ferro e de maquinário necessários para os trabalhos de exportação do produto.
Audiência - No último dia 13 de abril, o MPF em Ilhéus ajuizou ação civil pública com pedido de suspensão da audiência pública convocada pelo Ibama com o objetivo de analisar o processo de licenciamento ambiental requerido pela Bamin para implantação do terminal. De acordo com a ação, o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) apresentado pela Bamin não apontava com requisitos mínimos, como objetivos, justificativas, descrição do projeto, síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da área, programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos, dentre outras exigências.

Ascom/MPF

ESPAÇO JOVEM


Há 2 meses de funcionamento, o Espaço Jovem está de vento em polpa. Os participantes dão um show de arte, esporte e cultura. O desempenho em tão pouco tempo chama a atenção dos instrutores, que avaliam que o resultado alcançado vem da força de vontade de cada jovem. O programa atende 150 participantes com oficias de capoeira, karatê, violão e teclado praticadas no contra-turno escolar e com o fornecimento de todo material necessário ao aprendizado. A iniciativa é da Secretaria Municipal de Assistência Social, realizada através CRAS – Centro de Referência de Assistência Social, e é sucesso entre a galera.

Para a coordenadora do Espaço Jovem, a psicóloga Fabrícia Prates, o objetivo maior do programa é promover a inclusão social, “proporcionamos um espaço de atividades atraentes, para se desenvolver potencialidades, aumentar o vínculo afetivo, canalizar habilidades para coisas boas e assim, evitar que os jovens fiquem na rua.”, salienta a coordenadora.

A iniciativa atraiu a atenção da equipe de jornalismo da TV Sudoeste, que realizou matérias sobre o Programa. Os interessados em participar do Espaço Jovem, podem se inscrever no CRAS, o único requisito é apresentar 13 a 18 anos. Ainda para este ano, está prevista a ampliação do programa, com a disponibilização de teatro, informática e dança.

Fonte: http://www.governodecacule.ba.gov.br/

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Ex-governador do DF José Roberto Arruda deixa a prisão

Ele estava preso desde 11 de fevereiro na Superintendência da PF. STJ ordenou a liberação do ex-governador do Distrito Federal.

O ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) deixou às 17h20 desta segunda-feira (12) a Superintendência da Polícia Federal, onde estava preso desde 11 de fevereiro. Arruda saiu abraçado com a mulher, Flávia, e acompanhado por seu advogado, Nélio Machado. Menos de duas horas antes, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu libertar o ex-governador. A Polícia Militar fechou o trânsito para que o carro que levava Arruda deixasse a PF.
Arruda foi preso sob a acusação de ter participado de uma tentativa de suborno a uma testemunha do inquérito da Polícia Federal que investiga o escândalo que ficou conhecido como mensalão do DEM. Neste escândalo, Arruda é acusado de pagar propina a aliados.

Nesta tarde, minutos após a decisão do STJ, os advogados de Arruda chegaram em dois carros à Superintendência da PF. Eles não confirmaram se o ex-governador seguiria direto para sua residência, no Park Way, em Brasília.

Segundo a PF, após receber o alvará de soltura do STJ, seria feito um exame de corpo de delito em Arruda para verificar se ele sofreu alguma agressão durante o período em que esteve detido.
Quando foi preso, Arruda ficou inicialmente na sala de um diretor da PF. O ambiente tinha 40 metros quadrados com cama, mesa com cadeiras e um banheiro privativo. No dia 19 de fevereiro ele foi transferido para uma sala menor, de 10 metros quadrados.

A nova sala tinha um beliche, uma mesa e um sofá. O lugar chegou a ser chamado de "masmorra" pelo principal advogado de Arruda, Nélio Machado.

Postado por Residência do Estudante de Guanambi às 21:17



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sexta-feira, 9 de abril de 2010

Hidrelétrica no Xingu

Será que o Brasil precisa de Belo Monte?
CI-Brasildivulga posicionamento sobre hidrelétrica; a ONG trabalha com índios Kayapó há mais de 18 anos

Brasília, 11 de fevereiro de 2010 —

Contexto: A concepção original da hidrelétrica de Belo Monte, que vem se remodelando desde o regime militar, ganhou destaque internacional e acabou engavetado devido à forte pressão dos povos indígenas e ambientalistas no final da década de 1980. Vinte anos depois, a Usina Hidrelétrica (UHE) Belo Monte volta repaginada como uma das principais obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo Lula.

O projeto ressurge como uma obra estratégica, apresentada por meio de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) de mais de 20 mil páginas, como a possível terceira maior hidrelétrica do mundo, perdendo apenas para a usina Três Gargantas (China) e para Itaipu (Brasil-Paraguai) .
A hidrelétrica de Belo Monte propõe o barramento do rio Xingu com a construção de dois canais que desviarão o leito original do rio, com escavações da ordem de grandeza comparáveis ao canal do Panamá (200 milhões m3) e área de alagamento de 516 km2, o equivalente a um terço da cidade de São Paulo.


Questão energética: A UHE de Belo Monte vai operar muito aquém dos 11.223 MW aclamados pelos dados oficiais, devendo gerar em média apenas 4.428 MW, devido ao longo período de estiagem do rio Xingu, segundo Francisco Hernandes, engenheiro elétrico e um dos coordenadores do Painel dos Especialistas, que examina a viabilidade da usina. Em adição, devido à ineficiência energética, Belo Monte não pode estar dissociada da ideia de futuros barramentos no Xingu. Belo Monte produzirá energia a quase 5.000 km distantes dos centros consumidores, com consideráveis perdas decorrentes na transmissão da energia.

Esse modelo ultrapassado de gestão e distribuição de energia a longas distâncias indica que o governo federal deveria planejar sua matriz energética de forma mais diversificada, melhor distribuindo os impactos e as oportunidades socioeconômicas (ex.: pequenas usinas hidrelétricas, energia de biomassa, eólica e solar) ao invés de sempre optar por grandes obras hidrelétricas que afetam profundamente determinados territórios ambientais e culturais, sendo que as populações locais, além de não incluídas nos projetos de desenvolvimento que se seguem, perdem as referências de sobrevivência.


Questão ambiental: A região pleiteada pela obra apresenta incrível biodiversidade de fauna e flora. No caso dos animais, o EIA aponta para 174 espécies de peixes, 387 espécies de répteis, 440 espécies de aves e 259 espécies de mamíferos, algumas espécies endêmicas (aquelas que só ocorrem na região), e outras ameaçadas de extinção. O grupo de ictiólogos do Painel dos Especialistas tem alertado para o caráter irreversível dos impactos sobre a fauna aquática (peixes e quelônios) no trecho de vazão reduzida (TVR) do rio Xingu, que afeta mais de 100 km de rio, demonstrando a inviabilidade do empreendimento do ponto de vista ambiental. Segundo os pesquisadores, a bacia do Xingu apresenta significante riqueza de biodiversidade de peixes, com cerca de quatro vezes o total de espécies encontradas em toda a Europa. Essa biodiversidade é devida inclusive às barreiras geográficas das corredeiras e pedrais da Volta Grande do Xingu, no município de Altamira (PA), que isolam em duas regiões o ambiente aquático da bacia. O sistema de eclusa poderia romper esse isolamento, causando a perda irreversível de centenas de espécies.

Outro ponto conflituoso é que o EIA apresenta modelagens do processo de desmatamento passado, não projetando cenários futuros, com e sem barramento, inclusive desconsiderando os fluxos migratórios, que estão previstos nos componentes econômicos do projeto, como sendo da ordem de cerca de cem mil pessoas, entre empregos diretos e indiretos.


Questão cultural e impactos da obra sobre as populações indígenas: O projeto tem desconsiderado o fato de o rio Xingu (PA) ser o ‘mais indígena’ dos rios brasileiros, com uma população de 13 mil índios e 24 grupos étnicos vivendo ao longo de sua bacia. O barramento do Xingu representa a condenação dos seus povos e das culturas milenares que lá sempre residiram.

Por que os Kayapó, assim como os povos indígenas do Parque Indígena do Xingu, que estão na cabeceira do rio, têm se manifestado ferozmente contrários ao barramento do Xingu, que acontecerá a quase 1.000 km de distância de suas terras? Porque para os índios, o rio é o mundo, lá estão seus ancestrais, suas tradições, seus mitos, seus territórios sagrados, sua cultura. E mesmo a mil quilômetros de distância de onde vivem, o barramento do Xingu terá um impacto direto nas suas vidas.

Na cosmologia indígena, todos os seres estão ligados por uma única teia, que de forma alguma se dissocia da sua vida. O rio tem forte simbolismo para os povos indígenas do Xingu. Sob a sua ótica, ele é continuação da própria casa e da própria alma; é um ser vivo que constitui a essência da cultura e da sobrevivência indígena.

O projeto, aprovado para licitação, embora afirme que as principais obras ficarão fora dos limites das Terras Indígenas, desconsidera e/ou subestima os reais impactos ambientais, sociais, econômicos e culturais do empreendimento. Além disso, é esperado que a obra intensifique o desmatamento e incite a ocupação desordenada do território, incentivada pela chegada de migrantes em toda a bacia e que, de alguma forma, trarão impactos sobre as populações indígenas.

Como já exposto, o Trecho de Vazão Reduzida afetará mais de 100 km de rio e isso acarretará em drástica redução da oferta de água. Os impactos causados na Volta Grande do Xingu, que banha diversas comunidades ribeirinhas e duas Terras Indígenas - Juruna do Paquiçamba e Arara da Volta Grande, ambas no Pará -, serão diretamente afetadas pela obra, além de grupos Juruna, Arara, Xypaia, Kuruaya e Kayapó, que tradicionalmente habitam as margens desse trecho de rio. Duas Terras Indígenas, Parakanã e Arara, não foram sequer demarcadas pela Funai. A presença de índios isolados na região, povos ainda não contatados, foram timidamente mencionados no parecer técnico da Funai, como um apêndice.

A noção de afetação pelas usinas hidrelétricas considera apenas áreas inundadas como “diretamente afetadas” e, por conseguinte, passíveis de compensação. Todas as principais obras ficarão no limite das Terras Indígenas que, embora sejam consideradas como “indiretamente afetadas”, ficarão igualmente sujeitas aos impactos físicos, sociais e culturais devido à proximidade do canteiro de obras, afluxo populacional, dentre outros. O EIA desconsidera ou subestima os riscos de insegurança alimentar (escassez de pescado), insegurança hídrica (diminuição da qualidade da água com prováveis problemas para o deslocamento de barcos e canoas), saúde pública (aumento na incidência de diversas epidemias, como malária, leishmaniose e outras) e a intensificação do desmatamento, com a chegada de novos migrantes, que afetarão toda a bacia.


Violação de direitos humanos: As populações tradicionais que habitam a área onde a usina foi planejada não foram suficientemente ouvidas nas audiências públicas realizadas para debater o projeto, como determina a legislação brasileira e a Convenção 169 da ONU, ratificada pelo Brasil em 20/6/2002, que garante aos índios o direito às oitivas, ou seja, o direito de serem informados de maneira objetiva sobre os impactos da obra e de terem sua opinião ouvida e respeitada. Foram realizadas apenas três audiências públicas, consideradas insuficientes pelo Ministério Público Federal. Infelizmente, no momento atual, após a licitação da obra, resta a apelação para os tribunais internacionais, uma vez que os recursos jurídicos na instância nacional não têm sido julgados em tempo hábil com relação ao processo de liberação da obra. Os procuradores do Ministério Público que têm se manifestado contra a liberação da licença têm sido constrangidos pelos advogados da União.


Polêmicas: O processo de licenciamento da UHE Belo Monte tem sido cercado por polêmicas, incluindo ausência de estudos adequados para avaliar a viabilidade ambiental da obra, seu elevado custo, a incerteza dos reais impactos sobre a biodiversidade e as populações locais, a ociosidade da usina durante o período de estiagem do Xingu, e a falta de informação e de participação efetiva das populações afetadas nas audiências públicas.

No final de dezembro de 2009, os técnicos do Ibama emitiram parecer contrário à construção da usina (Parecer 114/09, não publicado no site oficial), onde afirmam que o EIA não conseguiu ser conclusivo sobre os impactos da obra: “o estudo sobre o hidrograma de consenso não apresenta informações que concluam acerca da manutenção da biodiversidade, a navegabilidade que garante a segurança alimentar e hídrica das populações do trecho de vazão reduzida (TVR) e os impactos decorrentes dos fluxos migratórios populacionais, que não foram dimensionados a contento”. A incerteza sobre o nível de estresse causado pela alternância de vazões não permite inferir com segurança sobre a manutenção dos estoques de pescado e das populações humanas que desses dependem, a médio e longo prazos. Ainda segundo o parecer técnico, para “a vazão de cheia de 4.000m3/s, a reprodução de alguns grupos de peixes é apresentada no estudo como inviável”, ou seja, o grau de incerteza denota um prognóstico extremamente frágil.

No início deste ano (01/02/10), o governo federal anunciou a liberação da licença prévia para a construção da UHE Belo Monte sob 40 condicionantes, nem todas esclarecidas. A licença foi liberada num tempo recorde e o leilão, que deveria acontecer em abril, foi adiantado para o início de março deste ano. Como a única voz dissonante, o ministro do Meio Ambiente enfatizou a concessão de R$1,5 bilhão como medidas mitigatórias ao projeto, um valor relativamente pequeno em relação ao custo estimado da obra (R$30 bilhões) e incerto para os impactos que ainda se desconhece.

Vale lembrar que uma bacia e seus povos repletos de história e diversidade social, ambiental e cultural nunca terão preço capaz de compensar tamanha riqueza.

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CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL (CI-Brasil)
A Conservação Internacional (CI) foi fundada em 1987 com o objetivo de promover o bem-estar humano fortalecendo a sociedade no cuidado responsável e sustentável para com a natureza, amparada em uma base sólida de ciência, parcerias e experiências de campo. Como uma organização não-governamental global, a CI atua em mais de 40 países, em quatro continentes. A organização utiliza uma variedade de ferramentas científicas, econômicas e de conscientização ambiental, além de estratégias que ajudam na identificação de alternativas que não prejudiquem o meio ambiente. Para mais informações sobre os programas da CI no Brasil, visitewww.conservacao. org